Busca
   Início  |  Edusp  |  Edusp – English  |  Edusp – Español  |  Livrarias  |  Catálogo  |  Eventos  |  Compras 
 
  Menu

  Como publicar
  Convites
  Caderno de leitura
  Prêmios
  Lançamentos
  Livros abertos
  Editais
  Doações
  RH/Concurso
  Mapa do site
  Fale conosco

  Logon
 
Email:
Senha:
 
  SAC
Serviço de
Atendimento
ao Cliente
(11) 3091-4008
08:30 as 17:30
DESTAQUES BIBLIOGRÁFICOS EDUSP

A Distinção – Crítica Social do Julgamento
Pierre Bourdieu
Tradução de Daniela Kern e Guilherme J. F. Teixeira Edusp/Zouk, 560 págs. – R$ 80

Para o filósofo francês Pierre Bourdieu, “os bens culturais possuem, também, uma economia, cuja lógica específica tem de ser identificada para escapar do economicismo”. Nesse sentido, sua pesquisa busca identificar na prática de consumo da cultura – que inclui visita a museus, concertos, leituras etc. – a relação entre as preferências e as escolhas dos cidadãos com seu nível de instrução e, num segundo plano, sua origem social. A análise de Bourdieu não se limita estritamente aos produtos artísticos, o que poderia supor a formulação de uma nova estética pós-modernista, mas considera objetos que ainda não foram consagrados e que fazem parte do cotidiano, como utensílios kitsch, fotografias populares, alimentação, vestuário e programas de televisão. A perspectiva aqui é da autonomia da produção cultural, para além das divisões tradicionais entre classes, com o objetivo de extrair da forma artística suas implicações históricas, econômicas e políticas. Considerada como obra central na carreira do autor, o livro apresenta as relações de poder que estão no bojo das trocas culturais, traduzidas em categorias instigantes, como a de violência cultural.

Narradores de Machado de Assis
Gabriela Kvacek Betella
Edusp/Nankin, 240 págs. – R$ 28

A autora concentra sua análise nos dois últimos romances de Machado de Assis – Esaú e Jacó e Memorial de Aires – e nas crônicas da série A Semana para demonstrar que o escritor carioca trouxe inovações para a técnica narrativa ao incorporar formas literárias aos conteúdos sociais da realidade em transformação na passagem do século XIX para o XX no Brasil. Para isso, Betella parte da perspectiva dos narradores em primeira pessoa dos romances memorialísticos e das crônicas, ampliando a reflexão sociológica de Roberto Schwarz, para demonstrar que com tais personagens Machado lançava mão de uma técnica original ao absorver elementos da literatura universal e adaptá-los ao contexto brasileiro de mudanças e impasses. Estabelecendo analogias entre as molduras dos romances finais de Machado, a autora estuda as variantes do narrador memorialista. Em relação às crônicas, demonstra como a criação de uma lógica própria faz com que o discurso machadiano absorva o pensamento nacional, numa chave crítica. Ambos, romance e crônica, acabam por imbricar-se numa solução literária inovadora, que confirma a genialidade do “bruxo do Cosme Velho”.

As Musas – Poesia e Divindade na Grécia Arcaica
Luis S. Krausz
Edusp, 192 págs. – R$ 35

Heloísa e Abelardo
Étienne Gilson Tradução de Henrique Ré
Edusp, 224 págs. – R$ 41

O universo anterior à Grécia clássica e um clássico dos estudos medievalistas estão presentes em dois lançamentos que contemplam as relações entre mito, história e literatura. Em As Musas, o jornalista e pesquisador Luis Krausz – editor da Revista 18, pósgraduado pela Universidade de Zurique e doutor em literatura e cultura judaica pela USP – investiga o papel das musas na Grécia arcaica, período no qual não havia ainda ocorrido a separação (introduzida pela filosofia e pela escrita) entre sagrado e profano, entre o divino e o sensível. Dentro dessa percepção cosmológica, tais divindades são fonte de beleza e sabedoria, inspirando aos poetas aquilo que deverá ser comunicado aos homens dentro de uma tradição oral investigada por Krausz em suas fontes primárias, num trabalho de rara erudição e elegância argumentativa. Já em Heloísa e Abelardo, Étienne Gilson analisa a correspondência entre as duas personagens do século XII que, após viverem uma paixão que levou o tio de Heloísa a emascular Abelardo, se retiraram em conventos e nunca mais se encontraram. Esse “romance epistolar”, porém, não se esgota no entrecho sentimental, mas permite a Gilson identificar o “pano de fundo ideológico” e as tópicas do pensamento medieval que circulam pelas cartas dos dois amantes. Afinal, se a história desse casamento secreto entre um cônego e sua letrada amante é, ao lado de Tristão e Isolda ou Romeu e Julieta, uma das mais conhecidas versões do mito do “amor cortês”, o par francês teve existência empírica e Abelardo foi, nas palavras de Gilson, o mais importante teólogo de seu tempo.

Orgulho de Jamais Aconselhar – A Epistolografia de Mário de Andrade
Marcos Antonio de Moraes
Edusp/Fapesp, 248 págs. – RS 41

Estudo apresentado como tese de doutorado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, explora o grande potencial histórico e literário da não menos vasta correspondência do escritor Mário de Andrade, que também é “interpretada como a prática de um projeto pedagógico inserido no ideário modernista”. Nessa perspectiva, a experiência epistolar se revela não apenas como o cenário de trocas fortuitas de impressões sobre assuntos diversos do mundo da cultura, mas a constituição estratégica de um diálogo socrático, em que o interlocutor faz parte de um processo formativo, simulando certo exercício do pensamento que se consolida “ao correr da pena”. Para Moraes, também organizador da Correspondência Mário de Andrade & Manuel Bandeira (Edusp, 2005), esse simulacro de um amplo debate de idéias, com suas contradições e “envenenamentos”, mantido com rigor e empenho por Mário quase que diariamente, opera ao avesso das fórmulas de aconselhamento do escritor experiente diante de seus contemporâneos. A correspondência incessante de Mário provocava nos destinatários um permanente autoquestionamento, como um convite ao desassossego.

A Ditadura Militar Argentina 1976-1983 – Do Golpe de Estado à Restauração Democrática
Marcos Novaro & Vicente Palermo Tradução de Alexandra de Mello e Silva
Edusp, 750 págs.– R$ 81

“O golpe de 1976 não é simplesmente um elo a mais na cadeia de intervenções militares que se iniciou em 1930. A crise inédita que o emoldurou deu lugar a um regime messiânico inédito, que pretendeu produzir mudanças irreversíveis na economia, no sistema institucional, na educação, na cultura e na estrutura social, partidária e sindical, atuando em face de uma sociedade que, diferentemente de episódios anteriores, se apresentou enfraquecida e desarticulada, quando não dócil e cooperativa, frente ao fervor castrense.” Essa passagem revela a singularidade da última ditadura vivida pela Argentina, mas também do esforço interpretativo empreendido por Marcos Novaro e Vicente Palermo – ambos pesquisadores do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet, Buenos Aires). A obra compreende os principais aspectos do ciclo autoritário que teve início com a ascensão do general Videla, cujo intuito era “acabar com o desgoverno, a corrupção e o flagelo subversivo”, mas se caracterizou como a mais sangrenta ditadura da região. Os antecedentes históricos, as disputas internas das forças armadas, as sucessões presidenciais, o uso do esporte (em especial o futebol) como instrumento de manipulação da opinião pública, a Guerra das Malvinas e os fracassos econômicoinstitucionais na fundação de uma “nova ordem” – todos esses eventos são analisados nesse livro que dedica especial atenção aos paralelos e às divergências entre a experiência argentina e o regime militar e o processo de redemocratização vividos pelo Brasil no mesmo período.

Intolerância Religiosa
Org. de Vagner Gonçalves da Silva
Edusp, 328 págs. – R$ 48


Esta coletânea de ensaios, como indica seu subtítulo, avalia os “impactos do neopentecostalismo no campo religioso afrobrasileiro”. Os textos foram apresentados originalmente em fóruns promovidos pela Comissão de Relações Étnicas e Raciais da Associação Brasileira de Antropologia. As reflexões foram deflagradas a partir de conflitos recentes entre adeptos de igrejas neopentecostais e praticantes de outras religiões não cristãs, especialmente as afro-brasileiras. Esses episódios de violência e discriminação são aqui contextualizados como estratégias de afirmação e crescimento dos cultos neopentecostais, mas permitem reconstituir outras estratégias – de sobrevivência – que foram desenvolvidas pelo campo afrobrasileiro diante das perseguições da Igreja Católica até conquistarem legitimidade social, já nos anos 60. Os ensaios aqui reunidos incluem discussões sobre a intolerância religiosa no Brasil e em países fronteiriços como Argentina e Uruguai, a demonização da umbanda, do candomblé e do espiritismo, e os aspectos jurídicos dessa guerra nada santa.

início    <<                                                                                                                             >>

Copyright © 2004-2019 Edusp - Editora da Universidade de São Paulo - Créditos