Em Variações sob a Mesma Luz, Élide Valarini investe na originalidade e na diferenciação para reinterpretar a obra de Machado de Assis. Por exemplo, recuperar uma arte poética formulada por ele em diversos textos críticos e conferir, a partir deles, o que ele fez e como ultrapassou seu meio e seu tempo. Seria Machado, de fato, um escritor realista? O que comprovaria seu pessimismo – uma espécie de “verdade assentada”, quase um estereótipo crítico? A autora discute estas e outras questões ao longo do livro: caracteriza as relações entre cultura e natureza no romance machadiano – com repercussões fundamentais no “Humanitismo” de Quincas Borba; analisa a tradição da sátira menipeia desde o século XVI, aproximando-a dos diálogos machadianos; questiona o viciado problema do narrador não confiável presente em Dom Casmurro; reavalia, por fim, a poesia de Machado e seus processos, posicionando-a atualmente. É uma discussão rica e surpreendente, que desafia e provoca o leitor.