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A obra acompanha a transformação do ato de comer e da comensalidade, graças ao impacto das novas tecnologias e das mudanças socioeconômicas e políticas. Começa com o retrato das cozinhas rurais, que herdam dos tempos coloniais a amplitude e autossuficiência e cuja dinâmica de funcionamento envolve várias pessoas (e eventualmente animais). Em seguida, são apontadas as consequências da prosperidade trazida pelo cultivo de café e de cana-de-açúcar, o favorecimento à gênese da indústria e o desenvolvimento urbano nos lares paulistas. No período entreguerras, vão ganhando espaço os eletrodomésticos e instaura-se a mecanização da cozinha; como efeito, inicia-se a lenta diminuição da dependência de empregados domésticos. A autora discute também a influência americana nessa época e, no fim do livro, expõe a evolução das cozinhas, agora “inteligentes”, introduzindo o recente “fenômeno gourmet” expresso na arquitetura dessas dependências.
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