Carlos Eugênio Marcondes de Moura é doutor em Sociologia pela USP e tradutor, com mais de 50 títulos publicados. Foi professor do Serviço de Teatro da Universidade do Pará e do Departamento de Teatro da Escola de Comunicações e Artes da USP.
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Este relato antropológico apresenta as impressões de Nathan Wachtel como pesquisador ao retornar a uma aldeia de índios urus, no altiplano boliviano, após vários anos de afastamento. É um momento de grave crise na aldeia, decorrente das mudanças radicais introduzidas em suas instituições e costumes, entre elas, a adesão de parcela significativa dos habitantes ao catolicismo e às religiões evangélicas e pentecostais. A ruptura dos laços tradicionais, criados e mantidos pela estrutura coletiva dual da religião pagã, interrompe práticas seculares e desestrutura o coletivo. Wachtel mostra como nesse contexto de desestruturação renascem personagens de um universo imaginário arcaico e fantástico, identificados com vampiros, aqueles que sugam o sangue com propósitos diabólicos e misteriosos.
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