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O Judeu, como ficou conhecido Antônio José da Silva (1705-1739), tornou-se uma figura mítica da história do teatro e da cultura luso-brasileiros, e sua biografia, abreviada pela intolerância da Inquisição, permanece cheia de pontos obscuros. A publicação desta obra atribuída ao autor é uma merecida homenagem ao seu tricentésimo aniversário de nascimento. El Prodigio de Amarante, uma das primeiras criações do poeta luso-brasileiro, ao que se saiba jamais foi encenada e tampouco publicada em edição bilíngue. Foi escrita em espanhol na esperança de ser encenada pelas companhias teatrais da Espanha que se apresentavam nos teatros públicos de Portugal. Na peça o autor investe contra costumes de seu tempo, usando sátira corrosiva que não poupa os patronos da cultura, jesuítas ou a própria Inquisição – a “guardiã” da pureza da religião –, responsável, anos depois, pela sua morte.
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