Otília Arantes é Doutora em Filosofia pela Universidade de Paris I. É professora de Estética, aposentada, do Depto. de Filosofia e da FAU USP. Criou e dirigiu o Centro de Estudos de Arte Contemporânea (CEAC) e Arte em Revista. Publicou, entre outros livros, pela EDUSP: O lugar da arquitetura depois dos Modernos (1993) e Urbanismo em fim de linha (1998).
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“Chai-na [“demolir aí”] se apresenta como um quebra-cabeças do qual vai emergindo a figura de uma ‘paisagem transurbana’ de lógicas extremas, cuja especificidade se manifesta ao rasgar o véu do show arquitetônico que parece replicar as políticas de image-making habituais no Ocidente. De tal modo que esse jogo de formas olímpicas fabulosas pode ser pensado em parte como um passe de mágica para consumo ocidental [...]; mas, ao mesmo tempo que encarnam bem a exuberância com que a China se reapresenta no tabuleiro mundial, essas imagens corroem [...] os fetiches do urbanismo contemporâneo, mostrando sua profunda falsidade” (da apresentação de Adrián Gorelik). As imagens, que acompanham passo a passo o andamento do texto, não apenas ilustram esta visão inquietante do atual renascimento chinês, como narram sonhos urbanos paralelos de onipotência, predação e ruína.
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