Último romance de Ranulfo Prata (1896-1942), publicado em 1937, Navios Iluminados tem como cenário o Porto de Santos e como protagonista o estivador Severino, imigrante nordestino em busca de trabalho na cidade, que deixa para trás a família e sua pequena propriedade rural. Juntamente com outros operários das docas de Santos e moradores do bairro do Macuco, locais onde se passa o romance, o protagonista depara-se com a fome, a humilhação e as doenças. Luís Bueno observa que a obra se estrutura num movimento pendular, alternando os momentos de esperança do protagonista com a dureza da realidade dos trabalhadores das docas. Esse movimento “entranhado no desenvolvimento das ações do romance dá uma representação artística exemplar daqueles anos em que uma guerra decisiva parecia inevitável, e os ideais que pensavam uma sociedade pós-liberal justa têm que ser adiados”.