Maria Augusta da Costa Vieira é professora de Literatura Espanhola da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP).
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Com uma estratégia de análise que vai progressivamente dos aspectos mais gerais aos conteúdos essenciais do texto, a autora conduz com habilidade o leitor, mesmo o não especializado, por entre as complexidades do clássico de Cervantes. Partindo da história da Espanha e da biografia do autor, passando pela famosa querela entre os críticos românticos e os realistas de Dom Quixote, Maria Augusta chega à dualidade paradoxal da própria estrutura da obra, com destaque para a diferença entre suas partes: o diálogo do texto original com o Quixote impostor, as visões de mundo contrárias do cavaleiro e do escudeiro, o leitor da primeira parte como personagem da segunda e, finalmente, o contraste entre a realidade e a ficção e o espelhamento entre a vida e a literatura. O tema do paradoxo é o eixo do estudo, definindo-se como elemento inerente às reflexões delineadas em todo o trabalho, e como ponto de chegada conclusivo e vital para o acercamento da compreensão desse clássico da literatura.
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