Ivan Teixeira, doutor em literatura brasileira pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, foi professor do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da mesma universidade.
|
|
|
Ao ser publicado, em 1769, O Uraguay de Basílio da Gama celebrava o despotismo esclarecido do poderoso marquês de Pombal. Uma das primeiras edições brasileiras do texto substitui o soneto introdutório, originalmente dedicado a Pombal, por outro sobre Tupac Amaru, o inca símbolo da emancipação de países andinos, inventando um Basílio da Gama arauto do nacional. Em edições seguintes, alterações do poema produziram defeitos que foram naturalizados e reiterados pela maior parte da crítica posterior. O autor faz aqui uma minuciosa revisão genealógica e documental das categorias e juízos críticos equivocadamente utilizados desde o século XIX nas apropriações da obra de Basílio, produzindo ao mesmo tempo um ensaio de fôlego sobre os princípios da poética setecentista.
|