Ana Luiza Martins é doutora em História pela USP. É pesquisadora do Condephaat, órgão do governo ligado à Secretaria de Estado da Cultura.
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Os gabinetes de leitura floresceram no século XIX na província de São Paulo, como demonstra a pesquisa de Ana Luiza Martins apresentada neste livro. Existiram dezessete desses gabinetes em São Paulo, dos quais apenas três sobreviveram: os de Sorocaba, Rio Claro e Jundiaí. Sua pesquisa contribuiu para o entendimento da rede urbana paulista, visto que o surto urbano e a instalação dos gabinetes se deram quase simultaneamente: ocorreram em regiões culturais distintas e geralmente marcadas pela prosperidade, localizadas ao longo das principais ferrovias, no período compreendido entre 1860 e 1889. Como traço próprio significativo ressalta-se o caráter mercantil da locação de livros, além de sua função didática, vinculada a um projeto de educação popular. A historiadora observa que o embate religioso, o nascimento das cidades, a luta pela educação, as bibliotecas, os livros e os leitores, o impacto da modernidade, um pouco de tudo está presente, balizado pelo gabinete de leitura.
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