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A pequena aristocracia rural russa, na sua lenta e inexorável decadência, é retratada nesta peça, considerada a obra-prima de Tchékhov no gênero que rompe com a construção convencional ao introduzir a desdramatização. Suas personagens, afundadas na trivialidade cinzenta do cotidiano, cujas vidas estão cortadas como as cerejeiras, representam o pequeno universo particular em desagregação, no qual repercute a deterioração maior, que contamina toda a Rússia. Juntamente com “As Três Irmãs”, “Tio Vânia” e “A Gaivota”, esta peça compõe o grande quarteto dramático tchekhoviano que deu ensejo para que Stanislavski posteriormente desenvolvesse seu método de interpretação.
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