Com sua capacidade de abrir caminhos fecundos para a antropologia e a história da arte a partir de uma perspectiva semiológica, Louis Marin influenciou estudiosos de várias áreas das ciências humanas, como nos ensaios desta coletânea, publicados esparsamente nos anos de 1980. Centrados na análise da pintura de Nicolas Poussin – um dos maiores mestres do século XVII, ao lado de Caravaggio – os textos são dedicados ao complexo tema das relações entre pintura e discurso, procurando redescobrir os elementos que o próprio pintor dissemina em sua obra de modo a indicar uma determinada interpretação dela. A pesquisa de Marin encontra-se com a da crítica histórica preocupada com a arte contemporânea, razão pela qual o seu Poussin afasta-se muito do monumento classicista em que a tradição acadêmica o aprisionara.