Fernanda Arêas Peixoto é professora do Departamento de Antropologia da FFLCH-USP, onde realiza pesquisas em torno do pensamento social brasileiro, da história da antropologia e da história intelectual.
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O tema maior que aproxima os personagens considerados neste livro – Michel Leiris, Gilberto Freyre, Roger Bastide, Oliveira Lima e Pierre Verger – são as viagens, realizadas entre as décadas de 1930 e 1960 pelo Brasil, pela América hispânica e pela África. O intuito principal do livro é reavaliar certos autores com a ajuda das viagens que realizaram em contextos muito precisos, mais do que teorizar acerca delas. As produções geradas pelas viagens, como correspondências, diários etc., são valiosas para recuperar os processos de confecção do conhecimento; Fernanda Arêas Peixoto observa que o “ateliê” do criador entrevisto nessas análises apresenta-se como espaço de experimentações mescladas, que tendem a se separar quando da apresentação pública das obras. E conclui: a viagem é forma de acesso à produção das ideias e do conhecimento, e aparece como uma forma de estar (e ser) no mundo, definindo um espaço próprio, provisório como são os percursos e as ideias.
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